três poemas para Blanchot
I.
anos bebendo
a tua imagem
a curvatura
de um rosto
por trás
do lápis
a tua imagem
a curvatura
de um rosto
por trás
do lápis
é noite e eu
te chamo
(sussurra
a tua
ausência; um
nome
diante do
inverno)
te chamo
(sussurra
a tua
ausência; um
nome
diante do
inverno)
levanta-te
na minha leitura
e vem abjurar
a morte
na minha leitura
e vem abjurar
a morte
II.
o último
homem
morria
no final
do corre-
-dor
o último
homem
morria
no final
do corre-
-dor
quem há de falar
debaixo teu
nome?
debaixo teu
nome?
- renasce,
e o malogro
da linguagem
e o malogro
da linguagem
riscos negros
sob o papel
branco
sob o papel
branco
palavra. ou
nem isso.
nem isso.
III.
a amizade
é um fio de
navalha
sobre o tempo
a amizade
é um fio de
navalha
sobre o tempo
alcança
a minha
boca
e venta
esta distância
a minha mudez
a minha
boca
e venta
esta distância
a minha mudez
escrever, antes
tocar. não sou eu
a mão que escreve.
é outra.
tocar. não sou eu
a mão que escreve.
é outra.
Poemas!
ResponderExcluirarmas que combatem.
"navalhas sobre o tempo".